Be happy

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domingo, 26 de abril de 2015

Conto 2 - Parte 4 (final)

Cheguei da aula com frio na barriga, ansiosa para que 15h chegasse rápido. 
Me arrumei toda, e faltando 20 minutos eu peguei meu skate e fui pra praça.
Lua já estava la me esperando, eu estava mais nervosa a cada segundo que se passava.
Ela me viu e veio me cumprimentar. Eu como sempre, toda boba, morrendo de vergonha e ao mesmo tempo com vontade de conversar muito com ela.
Ela propôs que comprássemos um sorvete, concordei. Compramos e sentamos na escada do coreto.
O tempo começou a passar bem rápido, eu já desinibida estava me divertindo muito. Riamos muito juntas e tínhamos ideias muito parecidas. 
Ela era inteligente e tinha uma visão de mundo muito engraçada. Era muito gostoso ficar conversando com ela.
Falamos sobre tudo possível, desde política até futebol. 
O gênio forte e as opiniões com fundamento me encantavam.
Mas o assunto acabou, ficamos uns 2 minutos paradas olhando pro além. 
Então olhei pra ela, ela olhou pra mim. Coloquei a mão na sua nuca, e com calma aproximei minha boca da dela que também se aproximou de mim. Seus lábios eram macios e faziam movimentos vagarosos e era saboroso.
Não sei de onde tirei coragem, mas aquele foi o meu primeiro e melhor beijo.

Fim

terça-feira, 21 de abril de 2015

Conto 2 - Parte 3


Naquela noite, eu não consegui parar de pensar na Lua.
No dia seguinte, fui na pista de skate com os meninos, foi então quando eu ouvi os meninos comentando sobre Luara. Eles falaram que achavam que ela era lésbica e que ela havia tido um caso com uma menina na cidade da qual ela viera. Ouvir aquilo me deu um friozinho na barriga.
Quando encontrei com Lua na escola, ela veio me cumprimentar e finalmente consegui dar papo. Então conversamos e nos conhecemos melhor no recreio.
Ela tinha muita história para contar, ela tinha muitos amigos na antiga cidade e realmente tinha tido uma história com uma menina... Eu me sentia bem e confortável em conversar com ela. Até que ela disse:
- Elisa, posso te perguntar uma coisa?
Fiquei muito nervosa, sem saber por que, mas afirmei com a cabeça. E ela perguntou:
- Você também gosta de meninas né??
Eu definitivamente não sabia o que responder. Sim era a resposta, mas eu fiquei muda. Provavelmente fiz cara de idiota, pois com sorriso ela disse:
- Isso não é errado, não precisa ter medo de me falar, pode confiar.
Eu sei que não é errado oras, mas ninguém nunca havia conversado comigo sobre... Então respondi:
- Talvez, eu nunca tive experiencia com meninas. Não sei se devo confirmar.
O sinal do intervalo bateu e Lua então propôs:
- Vamos encontrar na praça hoje, para tomarmos um sorvete e acabar de conversar.
E eu encorajada disse:
- Às 15h.
Voltamos para sala, eu estava ansiosa que a aula acabasse e que chegasse logo 15h.
[...]

domingo, 5 de abril de 2015

Conto 2 - Parte 2 


Eu ainda lembrava da minha antiga cidade e de Aline.
Mas chegou o primeiro dia de aula da oitava série e entraram algumas pessoas novas em minha turma. Um menino e duas meninas, mas uma dessas meninas era diferente, linda e com estilo incomum. Não conseguia não repará-la. Se apresentou como os outros na frente da classe. Se chamava Luara, mas gostava se ser chamada de Lua.
Eu não entendia o que acontecia, mas eu tinha muita vergonha de conversar com a Lua.
Fui para casa e me pegava lembrando da cena de ela entrando na sala toda hora.
Porque ela, e somente ela tinha marcado minha cabeça assim?
Eu então decidi manter distância dela. Porque aquilo estava sendo confuso pra mim, eu me pegava pensando muito mais nela do que na Aline.
Mas um dia, a professora de literatura deu um trabalho com duplas sorteadas, e eu sai com Lua. Na hora, eu fiquei gelada, não sabia como agir.
Ela sentou comigo, eu evitava conversar e só respondia o básico...
O trabalho era montar algumas poesias, ai vi o quanto Lua escrevia bem. Eu nunca teria conseguido fazer uns poemas daqueles, ela usava palavras diferentes que tinha uma sonoridade agradável quando lidas alto.
Mas o que me chamou a atenção era que um dos poemas ficou implícito o amor entre duas garotas, mas eu achava que era coisa da minha cabeça, estava apenas viajando. E também não tinha coragem de perguntar.
Acabamos faltando alguns minutos para o sinal, então Lua puxou alguns papos. Eu agia como uma criança tímida, apenas respondia o que ela perguntava.
O sinal bateu, e antes de sairmos para o intervalo, Lua falou:
- Elisa, foi um prazer fazer esse trabalho com você.
Eu fiquei muda, apenas sorri e acompanhei com o olhar ela sair da sala de aula.
[...]

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Conto 2 - Parte 1

Redescobrindo.



Tudo começou na escola, quando comecei a sentir interesse por outras pessoas.
Mas eu me confundia, afinal, preferia dar meu primeiro beijo na Aline do que no Ricardo. Todas eram doidas com Ricardo, mas eu estava satisfeita em tê-lo apenas como amigo. Um menino realmente muito bonito, loiro, educado, alto, jogava bola e andava de skate.
Mas a Aline, ah...! Ela era diferente, cabelos longos e voz fina, muito feminina e educada, todos seus materiais eram cor de rosa e ela era muito gentil e doce com as pessoas, principalmente comigo. Eu amava abraçá-la e ficar perto dela, ficava muito empolgada quando ela dormia na minha casa eu eu dormia na casa dela. Mas guardei isso pra mim durante muito tempo, eu falava com todos que gostava do Ricardo como todas as outras.
Na sexta série, Aline deu seu primeiro beijo no Ricardo... Eu fiquei muito mal, eu queria que ela desse em mim esse primeiro beijo... Mas ninguém podia saber dos meus sentimentos.
No final daquele ano, recebi a notícia que eu e minha família íamos nos mudar porque meu pai tinha sido transferido. Íamos para outro estado, fiquei insegura e com medo dessa notícia. E depois me veio na cabeça que eu não veria mais a Aline, isso me deixou chateada. Seria tudo novo, tudo diferente, eu não queria que as coisas mudassem tão rápido.
Mas o tempo passou e chegou o dia que me mudei. Apesar de tudo, apesar de não conhecer ninguém eu amei a nova cidade, me encantei com dinamismo da cidade grande.
Foi estranho meu primeiro dia de aula, não tinha ninguém bonito na minha classe. Mas logo fiz algumas amizades. Esse ano, a sétima série foi divertido. Estavam se formando vários casaizinhos na sala e eu achava graça em ouvir as meninas falando dos meninos e os meninos falando das meninas. Como eu andava de skate com os meninos, eu estava por dentro de ambos os assuntos. Eu até me divertia muito com toda diferença de ideias.

domingo, 8 de março de 2015

Esse não é bem um conto, talvez seja mais um desabafo. 

Eu não me sinto mais estranha por ser gay, eu não me sinto errada e não me sinto mal. Eu apenas queria que isso não fosse tratado como é. O mundo tenta nos deixar mal por essa opção e as pessoas acabam sentindo vergonha do que são.
Na infância não é apresentado pra criança os jeitos com que o ser humano pode amar e quando o gay  descobre qual sua forma de amor, ele se sente errado, se sente uma aberração, muitos de nós nos perguntamos "Porque comigo?". Mas olha, se você é gay e está lendo isso, acredite, não há nada de errado com você!
Estou passando por uma situação que está me chateando muito, eu sinto que a pessoa com quem me relaciono tem vergonha de se relacionar comigo, como se ela rejeitasse esse sentimento. Eu não a culpo em momento algum! Ela tem uma família e não quer os magoar, mas eu culpo a sociedade em que vivemos, culpo esse cenário que dificulta a felicidade de pessoas diferentes.
Eu sou uma menina, porque não posso viver feliz com outra menina? Porque precisa ser com um menino? Eles não me encantam como ela, eu me sinto bem ao lado dela, mas faz um tempo que ela não se sente bem em tentar esconder seu sentimento de todos.
Eu realmente desejo um mundo melhor, onde eu possa ser feliz sem que haja julgamentos sobre minha forma de viver, eu não quero que as pessoas gostem ou concordem com minhas escolhas, até porque ninguém tem que fazer isso, eu só queria respeito. 

sábado, 7 de março de 2015

Conto 1 - Parte 4 (Final)


[...] Ao chegar em casa, contei como tudo aconteceu com Marina pra minha família. E eles me incentivaram a encontrá-la o mais rápido possível.
Mas tive que arrumar tudo, colocar tudo em ordem, resolver muitas pendências e só tive tempo de procurar Marina depois de 5 dias.
Quando ela chegou, percebi que eu estava sentindo algo bem forte, meu coração acelerou e eu não parava de sorrir.
Eu não imaginava que era possível, mas as coisas melhoraram com a notícia que ela vinha trazendo. 
Ela havia montado uma clínica (ela trabalhava como dentista) em Bh e mudaria ainda naquela semana. 
Ficou tudo mais fácil com nós duas morando em BH, eu continuei na Empresa, mas com sede no Brasil e o consultório dela estava dando certo e crescendo.
Nos aproximamos mais e mais, depois de dois meses a pedi em namoro, numa manhã de domingo, com nada planejado, acordei com vontade de ir ao apartamento dela e oficializar nosso relacionamento, então comprei um buquê de rosas vermelhas e quando ela abriu a porta eu ajoelhei, fiz o pedido e ela aceitou.
A partir dai o sentimento aumentou cada vez mais, não consigo ficar mais de 3 dias sem a ver.
Fiz um curso de pilotagem e comprei um pequeno avião.
Hoje estou aqui, planejando o meu pedido de casamento, rs. 
Espero que dê certo. Será mais ou menos assim:
Vou chamá-la para um pequeno voo comigo, levá-la em um pequeno campo que tem aqui. Nessa época do ano ele fica lindo visto de cima, muito verde e plano.
De flores de todos os tipos, terá desenhado no centro desse campo um coração. Quando ela ver, vou estar com anel não mão e fazer o pedido.
Espero uma reação positiva. Agora preciso contatar a floricultura, uma empresa de ornamentação de cenário para tudo dar certo e preciso contatar com o dono desse campo para conseguir a autorização.
Torça por mim. :)

Amanda.



sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Conto 1 - Parte 3

[...] Conversamos muito, era natural como surgiam assuntos, eu me interessava cada vez mais por ela.
No final da noite, a convidei para passar a noite comigo, propus assistirmos um filme. Pelo fato de estar fora de seu hotel desde a tarde, ela preferiu deixar para o dia seguinte. Então levei-a para o hotel de carro. Antes que ela descesse, segurei a pelo braço e dei-lhe um beijo. Surpresa com a minha atitude e com sorriso no rosto disse: "Na sua casa as 21h."
No dia seguinte, ela não apareceu as 21h, pensei que ela não iria... Mas quando eram quase 21:30 o porteiro me interfonou avisando a sua presença. Mandei subir e quando a vi, ela estava simplesmente linda.
Pedimos pizza, tomamos cerveja e ficamos abraçadas, juntas em baixo do cobertor vendo um romance. Eu estava adorando ficar tão próxima dela.
Quando o filme acabou, convidei-a para passar aquela noite comigo. Ela concordou e dormimos de conchinha... 
Logo cedo precisei sair para ir pro trabalho, então deixei na cabeceira uma bandeja de café da manhã acompanhada de um bilhete dizendo: AMEI NOSSA NOITE, ME LIGA MAIS TARDE.
No horário de almoço recebi o telefonema esperado. Marina agradeceu o café e a noite anterior e me contou que havia comprado a passagem de volta para o Brasil, seria no final da semana seguinte. 
Me dei conta que também estava partindo... Aquela era minha última semana na empresa e a outra seria para despedida de Paris e para resolver as últimas pendências antes de voltar pra BH.
Como eu estava cheia de coisas para serem resolvidas, pude encontrar Marina poucas vezes nessas semanas.
Chegou o dia de volta, Marina já havia pegado seu voo e eu estava ansiosa pra encontrá-la no Brasil. [...]

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Conto 1 - Parte 2

[...]
Então peguei o carro e a levei até a Rua Dénoyez, onde particularmente acho lindo!
Ela me disse que amou aquele lugar, fiquei feliz por ter acertado na primeira escolha. Paramos para almoçar e mais tarde fomos ao Parc des Buttes-Chaumont, esse é meu lugar favorito de Paris, afinal é de uma beleza esplêndida. 
No crepúsculo do dia, levei Marina ao bar Aux Folies. Um bar diferente que durante o dia é um charmoso café frequentado por moradores da região Belleville. Já a noite ele se transforma em um bar agitado que atrai jovens de diversas partes da cidade. Nos divertimos muito. Dançamos, bebemos e interagimos melhor.
No final da noite ao deixá-la em casa ela disse que em toda sua viagem, uma das melhores coisas foi ter me conhecido. Isso me encorajou a propor um almoço no dia seguinte. Ela concordou. 
Naquele dia, trabalhei imaginando como seria a hora do almoço. Como marcado, nos encontramos no restaurante próximo ao meu trabalho. 
Eu não esperava ouvir dela o que ouvi. Isso fez com que esse dia de tornasse um dos melhores da minha vida. 
Marina me contou que estava interessada em mim, mas queria ter certeza que o meu interesse nela era o mesmo, pois ela estava cansada de decepções amorosas.
Eu concordei, contei o que estava sentindo e contei sobre meus relacionamentos passado. Ouvi alguns casos também. 
Eu me sentia realmente feliz. Após o almoço, ela caminhou comigo até a empresa. Na porta, ela me deu um selinho seguido da frase: "Espero ver você mais tarde."
Eu sentia algo diferente nessa mulher, algo especial.
Quando acabou meu turno, Marina me esperava na porta do trabalho e disse que sabia a hora que eu largava emprego e decidiu esperar pra dar um oi. 
Ela me acompanhou até em casa, fomos caminhando...
Enquanto eu tomava banho, ela viu algumas fotos antigas minhas.
Preparei uns petiscos e abri um vinho[...]

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Conto 1 - Parte 1



Quando o "por acaso" se torna "o melhor caso".


Olá, você já deve estar me achando chata, afinal estou aqui mais uma vez... Mas, não me leve a mal! Aqui é meu centro de criatividade. É onde consigo pensar e planejar as minhas façanhas.
Permita-me contar minha história desde o início para nada parecer confuso.
Fazem seis anos... fui a Paris à trabalho, residi lá por três meses. No meio do último mês, conheci uma garota, foi mais ou menos assim:
Eu nunca fui bem em novas línguas, então meu francês era uma verdadeira tragédia e eu não me comunicava nada bem. Um dia ao me ver confusa em um pedido de lanche no café, uma linda mulher me ofereceu ajuda. Sorte encontrar uma brasileira fluente durante um aperto no exterior. Após pedidos feitos, essa jovem sentou-se à mesa comigo.
Ao conversarmos, descobri que ela também era mineira e residia na cidade vizinha a minha cidade natal. Estava na França à passeio e voltaria pro Brasil no início do mês seguinte. Coincidia na data do meu retorno.
Marina era uma mulher gentil, delicada, muito simpática e aventureira (não é atoa que decidiu sozinha fazer um tour na Europa).
Quando saímos do café, fomos caminhando juntas para nossos hotéis, como era meu caminho, acompanhei-a até a porta de onde ela estava hospedada e segui em direção ao meu hotel.
Naquela noite sonhei com ela e acordei com uma enorme vontade de revê-la, então no dia seguinte, ao sair da empresa fui à seu hotel. Como ela não estava, decidi esperá-la chegar. 
Ela chegou o logo o recepcionista avisou-lhe sobre minha presença. Fiquei feliz quando vi que ao me ver escapou-lhe um sorriso.
Convidei-a para dar umas voltas na cidade e propus levá-la à meus lugares favoritos dali. Marcamos pra domingo de manhã.
No domingo, acordei antes da hora, eu estava estranhamente ansiosa pra vê-la. Nos encontramos no pátio da Torre Eiffel. Mas eu não queria levá-la em lugares comuns, muito frequentado por turistas...